Pedro Neves

Maçonaria - Esoterismo - Simbolismo

Textos

MAÇONARIA - 071 - ORIGENS INICIÁTICAS - 10.1 - OS GNÓSTICOS - 1ª PARTE
MAÇONARIA
ORIGENS INICIÁTICAS
10.1
OS GNÓSTICOS

A Gnose, cujo nome grego significa conhecimento, teve, desde as suas primeiras manifestações, a intenção de se apresentar em ciência de Deus, penetrando todos os Mistérios, para revelá-los a seus adeptos. Ela faz apelo às tradições mais antigas da humanidade, de que afirma ser o resumo. Dando créditos aos gnósticos, eles são os únicos herdeiros da ciência que é a base de todas as religiões.
Pode-se admitir esta idéia?
Pode-se supor que a Gnose foi, ao contrário, uma mistura, às vezes assaz confusa, de idéias e símbolos arrancados de todas as religiões, que vêm do Egito, assim como, da Caldéia, da Pérsia, da Índia, da Grécia, da Judéia, de Moisés e de Jesus?
Nada temos que elucidar sobre este ponto, porque não mudará a importância desta doutrina. É certo que na base de todas as religiões se acha um fundo comum de ensinamentos.
Segundo os gnósticos, a Gnose dá o segredo do universo, o segredo da Evolução, mas as teorias oficiais dos mestres foram freqüentemente modificadas, porque, ao lado do ensinamento oficial gnóstico, uma grande parte foi abandonada à iluminação pessoal que deve ser tomada em consideração.
Nestas condições, a unidade do dogma não resistiu à tradição, suposta imutável, mudada segundo as inspirações de cada um.
Entretanto, todos os gnósticos afirmam possuir o segredo das antigas tradições e o segredo de uma tradição invariável que lhe vêm em linha reta das palavras secretas que Jesus disse a seus apóstolos e a alguns raros discípulos, porém que não nos foi transmitido – e muito veladamente – senão pelo evangelho de João.
É tão difícil negar como afirmar a realidade desta pretensão, no decorrer dos primeiros séculos, o ensinamento cristão sobretudo oral; nada nos resta do ensinamento secreto.
Um dos padres da Igreja, São Basílio, diz:
“Recebemos os dogmas que nos foram transmitidos por escrito e aqueles que nos vieram dos apóstolos sob o véu e o mistério de uma tradição oral.
Desde o século I, os gnósticos pregam seu cristianismo à parte e, muitas vezes, em oposição à pregação dos apóstolos.
Simão, o mago, Menandro e Disitheo, são considerados como fundadores da doutrina. Ela é, ao mesmo tempo, uma mistura dos ensinamentos do Cristo e das sutilezas dos Judeus helenizados de Alexandria e apresenta um grande interesse documentário, como característica desta época atormentada pela necessidade de uma nova fé. Mas a doutrina gnóstica fazia parte muito importante da interpretação pessoal, para que todo inspirado um pouco eloqüente não viesse a ser o centro de um grupo dissidente.
As seitas gnósticas são inumeráveis.
Vemos no Egito, Basílio Valentim, depois Tacino, depois Bardesanes de Edessa apresentarem vistas pessoais; Bardesanes quer a partilha dos bens; os Aramitas afirmam que se o Verbo se fez carne, a carne vem a ser santa e ordenam a nudez.
Apesar de tantas vistas quiméricas, os gnósticos tinham, sobretudo, por fim, o aperfeiçoamento do ser e, nesta concepção, inspiram-se nos Mistérios egípcios e gregos.
Abertamente professam a teoria das reencarnações.
A seu ver, a alma destacada do Pleroma divino deve descer à matéria para voltar à fonte de onde proveio. Ela deve atravessar as sete esferas planetárias, pedindo passagem aos gênios, os eons deste planeta, que são considerados como seus guardiões.
Não é senão depois de ter vivido nestes mundos, de ter sofrido as experiências e purificações necessárias, que a alma adquire o direito de regressar ao Pleroma para se unir à Divindade.  
O oculto gnóstico, na maioria das seitas, dividia seus fieis em três categorias, segundo as suas possibilidades respectivas:
1º - Os hílicos, ou materiais, que eram apenas capazes de tomar a letra da lei e o rito exterior do oculto.
2º - Os psíquicos, cuja sensibilidade era mais despertada; que eram capazes de efusão, mas incapazes da ciência. Eram iniciados em grau inferior.
3º - Os pneumáticos, que eram os únicos a terem direito à revelação, porque eles estavam em estado de sair da matéria e de se elevar no mundo do Espírito onde a revelação pessoal e a iluminação completavam a obra do iniciador. Só os pneumáticos podiam esperar o termo de sua evolução.
Amelineau, que estudou profundamente esta época curiosa, observa estes ensinamentos:
“Segundo os Extratos de Teódoto, que reproduzem a tradição valentiniana do Oriente, os pneumáticos irão ao grupo de oito pessoas a tomar parte no banquete eterno, que observa o Banquete de Platão. Ainda mais, os pneumáticos, tendo despojado a alma psíquica, receberão os Anjos por esposos... Entrarão na câmara nupcial do grupo de oito em presença do espírito; virão a ser os íons inteligentes; participarão das núpcias espirituais e eternas”. (Gnosticismo Egípcio).  
Vê-se que foi materializado levemente para compreensão de todos os pontos da união em Deus, fazendo parte de todos os esoterismos.
O perigo do gnosticismo em certas almas exaltadas – que são, sobretudo, estes espíritos que operam com força sobre o vulgo – é que, para aqueles que recebem a iluminação divina, as leis humanas e mesmo as fórmulas religiosas não têm a menor importância. Todos os códigos e Bíblias não representam grande coisa àquele que se entretém diretamente com a Divindade ou que tem relação com os Anjos que se tornaram seus instrutores.
A gnose, seja ensinada por um mestre, seja inspirada diretamente, basta para assegurar a salvação; ela desliga de todo outro ensinamento, de toda lei religiosa ou moral.
Outras seitas eram mais formalistas e consideravam certos sacramentos como necessários à evolução da alma.
A maioria dos sacramentos era a renovação dos Mistérios egípcios ou gregos, e mesmo aqueles que eram de origem cristã, eram muito modificados tanto na forma como na interpretação pelos instrutores gnósticos.
O batismo, antiga experiência da água precedente à iniciação aos Mistérios de Isis, foi ora praticado por imersão total do corpo, ora por simples efusão sobre a fronte.
A Ceia foi ao mesmo tempo a lembrança perpetuada do último repasto de Jesus com seus apóstolos e a união em Deus do Iniciado com um poder superior; sua forma varia freqüentemente nestas igrejas.
Antes de receber o batismo, o neófito tomava o compromisso de não fazer conhecer os Mistérios que lhe seriam revelados após a sua iniciação.
Segundo as seitas, além do batismo e da Ceia, havia a imposição das mãos, renovada da transmissão dos poderes iniciáticos, a senha por meio do selo, a unção, a recitação de fórmulas místicas em diversos sentidos como a maioria das fórmulas iniciáticas, a comunicação dos objetos sagrados e a interpretação de seu simbolismo, muitas vezes obscuro e livre dos acasos da inspiração de cada um.

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Pedro Neves
Enviado por Pedro Neves em 20/09/2009
Alterado em 23/11/2010


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