Pedro Neves

Maçonaria - Esoterismo - Simbolismo

Textos

MAÇONARIA - 053 - ORIGENS INICIÁTICAS 7.10 - A GRÉCIA - PITÁGORAS - 4ª PARTE - VERSOS ÁUREOS
MAÇONARIA
ORIGENS INICIÁTICAS
7.10
A GRÉCIA
PITÁGORAS – 4ª PARTE
VERSOS ÁUREOS

A CULTUTA PESSOAL

a) A CULTURA MENTAL – Sê senhor de ti mesmo – Sabe, pois, que deves dominar as tuas paixões, sendo sóbrio, ativo, casto. Não te encolerizes nunca.

É um fato que já tivemos ocasião de sublinhar, porém que necessitamos viver; o iniciado deve ser senhor absoluto de suas paixões. Se não for sóbrio, permitirá os prazeres mais materiais do corpo, que lhe perturbarão a inteligência, encobrindo também a chama do pensamento sob os vapores da bebida ou da nutrição excessiva.
Mesmo sob o ponto de vista mais prático, o corpo do adepto deve estar sempre em condições de excelente firmeza e não será senão por uma higiene alimentar severa e bem compreendida que ele evitará as doenças.
O iniciado deve ser casto. Aqui, castidade não se entende por abstenção. Pitágoras, era casado, pai de família e permitia aos seus adeptos os legítimos prazeres do lar conjugal. Não é, pois, a questão de suprimir uma função que, considerando bem, tem alguma coisa de sagrado, como meio de transmissão de vida, como meio de permitir à alma a sua evolução.
Mas, se ele é normal em amar a sua esposa, é culpado em se deixar arrastar pela volúpia, sacrificando-lhe a paz do coração pelos trabalhos que lhe prepara. É necessário que o adepto modere os surtos de seu coração, tanto como os sentidos; é-lhes indispensável guardar a harmonia, que é o fim de sua preparação.
Não se deve deixar arrastar pela cólera, que é má conselheira e que não produz nenhum bem.
A cólera, Leva-nos muitas vezes a fazer mal aos outros, mas é principalmente nociva àquele que se deixa levar pelo seu império, espalhando de repente as suas reservas nervosas que o tornam sem forças para cumprir o bem.

SER HONESTO, FRANCO E JUSTO – Sê irrepreensível diante dos outros e diante de ti mesmo. E, acima de tudo, respeita-te a ti mesmo. Que toda a tua vida, que todas as tuas palavras se inspirem na mais pura justiça.

Certamente, é mau, dar exemplos culpáveis e o escândalo não produz senão o mal; mas, aquele que fizer o bem apenas por jactância, será um hipócrita, uma espécie de Tartufo.    
É preciso amar o bem por si mesmo e cumprir o dever porque se deve cumprir.
O homem que tem uma justa e alta opinião de si, não tem necessidade de ser orgulhoso, mas, se ele pensa que é igual aos outros e que existe nele uma parcela de divino, respeitará este eco do infinito, esta flama eterna e não consentirá em profanar-se com a execução de atos inferiores.
Aquele que sabe o que é a verdade, não consentirá em mentir para agradar; não desejará inferiorizar, mesmo com um fim aproveitável, a centelha que deve transmitir a novas existências e que é o incomunicável dom de Deus. Eis porque a justiça é o primeiro dever. Deus, fez tudo tendo por alvo a perfeição e nós não o podemos imaginar favorável a um em detrimento de outro. Tal como um caprichoso favoritismo.
Se quisermos subir para Deus, devemos harmonizar as nossas tendências às suas, e a justiça, deve ser o principal fim da nossa evolução.

SER REFLETIDO – Não adquiras o hábito de viver maquinalmente, mas reflete bem que a morte é o nosso destino comum, e que as riquezas materiais podem ser adquiridas ou perdidas com a mesma facilidade.

Devemos tomar interesse à vida que nos rodeia. O mundo é um livro no qual aprendemos sem cessar. Se nós prestássemos uma atenção seguida, nada nos pareceria árido ou fastidioso. Rodeados pelo esforço constante da Natureza, tomaríamos gosto pelo esforço, e a luta nos pareceria melhor ainda do que a vitória.
Não são tesouros materiais que devemos pedir a esta luta. Que nos importam as riquezas? À morte, elas não terão utilidade alguma, e durante a vida serão, talvez, um peso mais doloroso do que agradável.
O avaro vive sem alegrias; recusa as satisfações mais inocentes; depois, a morte vem e, deste tesouro tão caramente disputado contra as mais agradáveis alegrias, não ficará nada senão os pensamentos que têm manchado a sua alma e abaixado o seu espírito.
É a muito custo, por um resultado tão negativo, que se priva da doçura de fazer felizes aqueles que o rodeiam?
Não será, mesmo para aquele que dá, mais prazer de ver o rosto daquele que escapa ao mal, à inquietação, do que demonstrar um frio mortal do qual se tira nenhuma satisfação.
A verdadeira alegria não está em sustentar os seus irmãos e conduzir o seu auxílio a todos, sob todas as formas?
O verdadeiro tesouro é o bem do espírito, e este não se adquire com os tesouros acumulados pelo avaro.
Quando a morte nos deixar nus e com as mãos vazias, todas estas vãs riquezas não valerão nada.
Aproveitaremos unicamente os benefícios e os trabalhos que desenvolveram o nosso coração e a nossa inteligência.
É nesta elevação da nossa personalidade psíquica, que se acha a verdadeira senda do iniciado.

TRABALHAR COM CONFIANÇA – Quanto à sorte que te foi reservada pelas leis divinas, por mais rude que seja, não te revoltes, porém, suporta-a com serenidade, esforçando-te em melhorar o teu meio. Os deuses, efetivamente, preservam os Sábios dos males maiores.

Aquele que sabe que o seu destino é merecido, não deve revoltar nunca. Tudo o que vem de Deus, é justiça. As nossas condições atuais de saúde e fortuna, são uma resultante de nossas existências precedentes. Se nós sofremos, é ao nosso passado que devemos atribuir tal sofrimento.
Não nos devemos revoltar contra o credor que reclama o que lhe é devido. A nossa existência atual está ligada aos nossos ciclos anteriores e a quem a comanda.
Não se deve contrair dívidas, senão se deseja sofrer o vexame de as ter que pagar. Tal é a justa noção que devemos ter das desigualdades sociais; a revolta não faz senão agrava-las. Quando obtivermos esta verdade primordial, resta-nos melhorar a nossa situação futura, não emitindo maus pensamentos, afastando de nós todos os sentimentos maus, realizando boas ações que depuram a nossa pessoa do que os antigos estados tinham deixado de mau.
Esta vida é triunfo do nosso esforço pessoal; muito podemos pelo nosso esforço, pela nossa educação de espírito; muito podemos sobre a saúde de nosso corpo, pelo exercício de uma sóbria e regular.
Podemos dar grandes alegrias, abrindo a nossa alma aos ritmos mais altos, comunicados do coração e do espírito ao Espírito superior.
Penetrados desta verdade, suportaremos com calma, a nossa sorte. Devemos ter confiança, porque aquele que faz esforço para um fim louvável, vence geralmente o que lhe agrada empreender.
Não é preciso esperar nem do acaso nem da morte uma orientação melhor de vida.
A morte virá como um julgamento, e não como um auxílio.
Quem poderá mostrar como ação, o que ele usou de um modo estéril para atingir a uma libertadora morte?
Temos uma dívida a pagar? Paguemo-la, pois, de boa vontade e veremos que, aceitando os deveres de nosso estado, fazendo esforços para uma situação melhor, perceberemos crescer a alegria, o equilíbrio, a saúde, a serenidade.
O sábio é preservado pelos deuses dos maiores males, porque aquele que vive em conformidade com as Leis superiores as observa em cada uma de suas ações.
Unido a Deus, nada teme; escolheu a paz e esta parte que é a melhor, não lhe será recusada.
Vê o bem em todas as coisas, tudo lhe sorri porque não pede aos seres senão o que eles podem dar.
A Natureza é-lhe maternal e sorridente, porque ele se aplica em compreende-la e ama-la.

SER TOLERANTE E PACIENTE – A Verdade e o Erro, encontram-se misturados nas opiniões humanas. Abstem-te, pois, de aprova-las ou rejeita-las totalmente, a fim de conservar a tua harmonia. Se o erro triunfa momentaneamente, afasta-te e tem paciência.

Por toda a parte, duas forças estão em presença: uma força ativa ou positiva e outra força passiva ou negativa.
No domínio das idéias, estão a Verdade e o Erro.
Tanto quanto somos submetidos às condições da vida, tal como nos é imposta neste mundo, não poderemos conhecer senão uma verdade relativa, necessariamente colorida pelo erro, e que é antes um equilíbrio do que uma segurança completa. É preciso, portanto, escolher o mais estável equilíbrio, a verdade mais isenta de erro, porém, com a certeza de que não há nada absoluto.
Para ser bem posta em valor, a luz tem necessidade da sombra; tanto que não nos possamos colocar no domínio divino, a verdade tem necessidade do erro, para combater, triunfar, fazer imperar uma verdade mais apurada, mais cintilante do que aquela que se tinha primeiramente, e que continha mais erros.
É este sentimento que nos obriga a uma extrema circunspeção.
Quem pode ter a certeza de possuir a verdade?
Nem entre nós, mesmo o mais sábio. Assim, quando uma opinião nos é manifestada, se ele não leva alcance à vida, aos bens ou à honra de outrem, temos o dever de combate-la com muita cortesia. Os arrebatamentos, as palavras causticantes, não servem senão para cavar um fosso maior entre aqueles que não se compreendem. Não é preciso rejeitar em conjunto, mas empregar o tempo em julgar, em raciocinar, pois, pode produzir uma grande vantagem daquilo que nos manifestou. Mas, se também o que, após estudos, nos pareceu mau e perigoso, tem o aspecto de triunfar, não é preciso entrar em discussões vãs; é preciso afastar-se e esperar do futuro a verdadeira certeza.

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Pedro Neves
Enviado por Pedro Neves em 01/12/2008
Alterado em 23/11/2010


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