Pedro Neves

Maçonaria - Esoterismo - Simbolismo

Textos

MAÇONARIA - 049 - ORIGENS INICIÁTICAS 7.6 - A GRÉCIA - ORFEU
7.6
A GRÉCIA
ORFEU

Orfeu passa por ser o mais antigo grego de cuja história conservamos a lembrança.
Não nos resta nem uma prova de sua existência material, e nós estamos no direito de perguntar se ele viveu realmente ou se este nome é de um grande iniciado ou mesmo de um grupo iniciático, destinado a espalhar na Grécia os ensinamentos necessários.Cícero pôs em dúvida a existência do maior dos poetas. Porém, Orfeu ficou sendo sempre a mais bela expressão do poeta iniciado que aplicou toda a magia de sua arte ao serviço da verdade!
Segundo a tradição, Orfeu teria nascido na Trácia. Desde sua infância, aquele que devia ficar sendo o protótipo da pureza e da harmonia, manifestou os dons mais empolgantes de espírito e de inteligência.
Chamado por sua vocação para ser o iniciador mais artista de todos os povos, Orfeu se dirigiu mais à sensação do que ao pensamento puro ou a juízo. Certamente, tinha que revelar verdades eternas e dar ensinamentos àqueles que deviam caminhar sobre os seus passos, guiando-os para uma compreensão mais alta e melhor da divindade.
É pela música e a poesia que Orfeu poderá vir a ser o grande mestre. São estes, pois, os meios que emprega o grande iniciado.
Uma das Musas inspira-o e é por isso que a tradição observa que ele era o filho da Musa Calíope, a virgem de belos cantos, porque nenhum dos recursos do Verbo lhe foi recusado.
Atribui-se  a Orfeu o estabelecimento dos Mistérios de Dionisios, na Grécia.
Para dar-se crédito à lenda, foi ele que fundiu em uma só a religião Doria, que adorava a Zeus, com os mitos novos vindos do Mediterrâneo.
Sua lira de 7 cordas simbolizava, a ordem perfeita, a ordem do espírito, assimilada aos sete astros do céu.
Cada corda representava um modo de expressão intelectual: ciência, arte, etc. A chave deste simbolismo harmonioso está hoje perdida.
Parece certo que Orfeu tirara do Egito a Ciência Secreta que levava a seu povo.
Retomando a tradição iniciática, Ed. Schuré diz: “Subitamente, este moço, que se chamava filho de Apolo, desapareceu. Dizia-se morto, descido aos Infernos. Tinha fugido secretamente para a Samotracia, depois para o Egito, onde ele pedira asilo aos sacerdotes de Menfis”.
Tendo atravessado os seus Mistérios, voltou ao fim de 20 anos sob o nome de Iniciado, que ele havia conquistado por suas experiências e recebido de seus mestres, como sinal de missão.
Chamava-se, então, Orfeu ou Arfa, o que quer dizer: “aquele que cura pela luz”. (0s Grandes Iniciados).
Segundo a lenda órfica, o Inferno encantado cedeu ao poder de Orfeu; sua mulher Eurídice foi-lhe entregue. Foi pelo poder de seu ritmo que ele pôde penetrar no Tártaro, seduzindo os seus guardas inflexíveis.
Tanto quanto o sentimento de um trabalho é cumprido, ele é um guia e um sustentáculo; Orfeu continua a sua obra, a sua salvação; mas, na volta, não deve vencer senão a si mesmo. Ele jura, mas é vencido na formidável luta que sustentou contra a própria vontade. Não devia voltar-se para ver o rosto amado. Perdeu Eurídice e não pôde encontrar um consolo para a sua pena senão nos trabalhos e perigos de sua missão civilizadora.
Os trabalhos que a lenda atribui a Orfeu são aqueles que o iniciado deve cumprir.
O som de sua voz e da sua lira, simboliza este domínio sobre os ritmos sagrados que o iniciado de alta classe demonstra.
Ele sabia que o nosso dever é libertar a alma da prisão de seu corpo, e seu meio imediato era o entusiasmo para a beleza. Mas este meio é transitório e seus efeitos são efêmeros
A libertação vem lentamente, e não sem custo, porque a morte não faz senão levar a novas existências. É para expiar uma falta que a alma está ligada à matéria; é porque ela não soube eliminar o que tem de material que recomeça as suas dolorosas migrações nos corpos que lhe são impostos.
Como mais tarde Pitágoras, Orfeu admite a transmigração das almas, os males ou bens que lhes são dados segundo cada existência própria, e esta existência mesmo fixada pelo julgamento que segue a morte precedente, dizendo que se viveu bem ou mal.
A iniciação uniu o homem a Deus, representado aqui por Dionísio.
No domínio moral, o homem que quer elevar-se deve estar voltado para Deus, voltar para ele os seus pensamentos, destacar-se da matéria, respeitar Deus nas suas criaturas e, destacando-se de tudo o que é mortal, preparar-se para uma vida imortal que não será mais submetida à morte nem à conseqüência do renascimento.
  
SAIBA COMO ADQUIRIR O LIVRO ANÁLISE DO RITUAL DE APRENDIZ MAÇOM - REAA. VISITE O SITE: (www.pedroneves.recantodasletras.com.br) e veja livros à venda.

Site maçônico (www.pedroneves.recantodasletras.com.br)
  

Pedro Neves
Enviado por Pedro Neves em 05/10/2008
Alterado em 23/11/2010


Comentários

Site do Escritor criado por Recanto das Letras