Pedro Neves

Maçonaria - Esoterismo - Simbolismo

Textos

MAÇONARIA - 036 - ORIGENS INICIÁTICAS 5.1 - A ÍNDIA BÚDICA - 1ª PARTE
5.1
A ÍNDIA BÚDICA - 1ª PARTE

O budismo revolucionou a Religião Bramânica, ele deu espaço para aqueles que queriam atingir o Nirvana pela fusão em Deus e na renúncia.
O seu iniciador colocou o budismo como uma religião democrática, universal e social, independente de castas.
O budismo prega a utilidade do sofrimento e a necessidade da renúncia. O sofrimento é resultante de faltas nas existências anteriores (carma). O Carma nos acompanha de uma vida a outra, e o budista deve expiar e reparar as suas faltas pela dor e a renúncia.
A crença budista de que quanto mais aflição e miserabilidade tivermos em nossa existência terrena, mais expurgaremos esta condenação póstuma e nos aproximaremos da definitiva libertação. A idéia do Carma domina toda a religião Búdica.
Buda é uma emanação de Deus, modelo de virtude; Buda possuía a paz. Ele ensinou que seus discípulos devem se preocupar com a sua própria salvação e que auxilie a salvação de seus concidadãos, deve se preocupar com a salvação da humanidade.
Gautama, o Buda, renunciou de direitos de nascimento e de fortuna, ele fixou a sua própria passagem para o Nirvana a fim de perseguir seus esforços para abrir aos homens o caminho que conduz à extinção do sofrimento.
A Lei de Buda é a lei do perdão para todos. “Tu não matarás, não roubarás os bens de outrem, não cometerás adultério, não mentirás, tu te absterás de bebidas e enervantes, tu retribuirás o mal com o bem”. A generosidade, a cordialidade e a abnegação são para o mundo, o que a mola é para o carro. Esse é o caminho do desinteresse e do altruísmo.

ENSINAMENTOS EXOTÉRICOS

O bramanismo e o budismo, têm a mesma concepção: A ascensão através da peregrinação das existências. A diferença é que o bramanismo é aristocrático e sacerdotal, é uma religião nacional. O Brâmane é exclusivista no ensinamento religioso, devido ao sistema de castas o acesso é difícil.
O budismo é uma religião universal, democrática e social, onde não se faz exceção de nacionalidade nem de casta. Todos podem chegar à iniciação superior.
Foi no país onde domina a tirania dos “rajahs” que o budismo pregou a igualdade, a tolerância o pensamento livre.
A caridade não se limita aos homens.
O budismo nos legou um grande número de livros sagrados: A “Voz do Silêncio”, O “Bhagavad-Gita” e inúmeros outros.
O iniciado deve conhecer as forças e os ritmos humanos e procurar relaciona-las com as do universo e como modifica-las com o conhecimento.
Existem duas formas de ensinamento:
1º - O exotérico – para a multidão, uma doutrina mística e humanitária, baseada na moral e no melhoramento do coração e elevar o sentimento para o divino.
2º - O esotérico – para um pequeno círculo, uma iniciação mais intelectual, idéias e conhecimentos mais elevados que precisam ser compreendidos e raciocinados, um conhecimento mais profundo da criação e do criador. O melhoramento do coração não basta. Para seguir a Senda Perfeita é preciso o aperfeiçoamento do espírito e da razão.
Helena P. Blavatsky, fundadora do movimento teosófico, mostra claramente essas duas formas de pensamento, uma exotérica e outra esotérica do budismo.
Comentando a “Voz do Silêncio” ela diz: “as duas escolas das doutrinas de Buda, a esotérica e a exotérica, são chamadas respectivamente Doutrina do Coração e da Vista Bodhidharma, com origem na China e daí seus nomes provirem do Tibet, Tsung-Men (o esotérico) e Kiaú-Men (o exotérico)”.
“A primeira emana do coração de Buda,a segunda de sua cabeça”.
“A Doutrina do Coração, é também chamada o Selo da Verdade”.
Segundo os livros sagrados, Buda teria nascido 628 A . C, mas chega-se a datas diferentes, ora 520, 542 ou 562. Teria vivido 80 anos.
Seu nome era Siddharta, príncipe da família Gautama.
O nome Buda, é dos iluminados que recebem o Boddhi, o conhecimento intuitivo (quem não tem sabedoria acredita que irão conhecer na realidade um animal, o bode).
O budismo divulga o seguinte:
A dor reina sobre a terra.
A existência do Carma, e o dever de reduzir-lo pelo desenvolvimento.
Praticar o altruísmo.
Todos os seres são ligados uns aos outros e nossos atos afetam seres que não conhecemos.
A evolução é a lei do mundo.
Buda proclama que o universo é um, tanto no espaço como no tempo. Todos os seres são iguais na essência e em estados diferentes de evolução.
Assim como é em cima é em baixo, o nosso mundo é a imagem perturbada do mundo superior, tudo é trabalho e movimento.
Buda ensina: liberto, liberta; chegado à outra praia, faz chegar os outros,
Consolado, consola.
O espírito atingindo o Nirvana, não se dissipa na unidade divina, a sua personalidade é sublimada pelo contato do divino. O Nirvana não é um repouso absoluto, nele há um trabalho incessante.
“quando a unidade espiritual separa-se da matéria, ela entra no eterno e imutável Nirvana. Ela não morrerá mais, porque o espírito só, não é Maya (ilusão), mas a única realidade, no universo ilusório de formas transitórias” (Isis Desvendada).
O Bodhsatwa que é sublimado, procura atingir o Boddhi, isto é a iluminação suprema, que revela a lei do universo.
Para atingir o Nirvana, quatro conhecimentos são necessários ao budista.
1º - A noção de sofrimento.
2º - A causa do sofrimento.
3º - A supressão do sofrimento.
4º - A supressão da dor.
O sofrimento está em todas as coisas, no nascimento, na idade, na doença e no amor.
A causa do sofrimento é a sede de viver e de poder. O poderoso, se soubesse o que é a verdade, deixaria o poder que o obriga a atos que ele não conhece. Nem pode conhecer, aquele que possui o poder assume um Carma que multiplica pelo bem que não fez nem ordenou e o mal que fez ou deixou de fazer quando mandava nos homens.
A supressão do sofrimento é expressa por Arnold assim: “É a paz que deve vencer o amor do Eu e o apego à vida. Arrancar dos peitos as paixões de raízes profundas, acalmar a luta interior. Reunir o tesouro dos serviços prestados, dos deveres cumpridos, com caridade das palavras benevolentes e da vida pura, estas riquezas não se perderão durante a nossa existência e a morte não as destruirá”.
A supressão da dor é feita através da caminhada na Senda, o caminho santo.
A vereda que tem oito divisões é aquela que conduz à paz, ao perfeito contentamento.
Os quatro primeiros caminhos são:
1º - A crença reta – Direção moral.
2º - A intenção reta – Bons sentimentos a respeito de tudo o que vive.
3º - Da palavra reta – Ser senhor das usas palavras.
4º - Da reta conduta – Abster-se de ações inúteis.
Os quatro caminhos elevados são:
1º - A pureza reta – Renúncia voluntária a todas as doçuras que fazem o encantamento da vida.
2º - O pensamento reto – O adepto recebe a iluminação; não necessita de ensinamentos; os pregadores e os livros são inúteis; vê o seu verdadeiro caminho; está próximo.
3º - A solidão reta – Vê o espírito liberto, é preso somente ao eterno. A vida está terminada, a prisão da vida está destruída.
4º - A meditação reta – É o êxtase. A união com Deus, é o Nirvana. É o quarto grau que poucos alcançam neste mundo. É quando fica no caminho o egoísmo, a falsa fé, a dúvida, o ódio e a concupiscência.
Buda disse: “Qualquer que não conheça a minha lei, morre neste estado; deve voltar à terra até que venha a ser um perfeito Somaneano.

ENSINAMENTOS ESOTÉRICOS

Assim como em todas as religiões, o budismo possui ao lado dos ensinamentos dados ao grande público um lado esotérico, concedido àqueles que merecem a uma iniciação mais completa.
Desde 1880, Blavatsky, depois de uma longa estadia nas índias, publicou estudos sobre  esta Doutrina Secreta. O mesmo fazendo Sinnet e o coronel Olcoltt. Após a morte de Blavatsky, vieram Annie Besant e Leadbeter, todos mostraram o lado da moral Búdica, tão elevada e pura. Uma iniciação diferente de nossos hábitos de pensamentos.
Sinnett diz: Na realidade o conhecimento secreto, data de muito antes do nascimento de Gautama Buda.
Os altos pensamentos esotéricos não são compreendidos por todo o mundo; eles necessitam de uma certa cultura e preparação.
No esoterismo é necessária a formação pessoal.
É preciso fazer-se por si mesmo e durante muito tempo; é necessário um trabalho acurado e domínio absoluto de si mesmo, obter estes poderes surpreendentes que todos nós possuímos.
Por outro lado, o iniciado precisa ser guiado e sustentado nos seus trabalhos, ou está arriscado a fazer um caminho errado.
Tudo que vive, mesmo o corpo inerte, está sobre a senda da evolução.
O rei, o sacerdote e o mendigo estão igualmente sobre o caminho. E o rei e o sacerdote não estão nunca seguros de serem colocados mais alto que o mendigo.
Os trabalhos de erudição moderna nos dado, livros publicados de iniciações, mas a sua leitura, por mais encantadora que seja a forma, não bastará para nos dirigir ao ensinamento esotérico; é preciso ler nas entrelinhas, trabalho árduo daquele que não tem guia.

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Pedro Neves
Enviado por Pedro Neves em 01/08/2008
Alterado em 23/11/2010


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