Pedro Neves

Maçonaria - Esoterismo - Simbolismo

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MAÇONARIA - 120 - APOSENTADORIA NA MAÇONARIA
MAÇONARIA
120
APOSENTADORIA NA MAÇONARIA

23 de janeiro de 2013, data importante em minha vida. Há trinta anos, no dia 23 de janeiro de 1983, em uma bela manhã de domingo, tendo com muita honra como padrinho, o meu irmão carnal, Péricles Neves, e como guia, o saudoso ir.’. José Luiz, eu e mais um grupo de irmãos estávamos ingressando na maçonaria, ajudando a soerguer a Loja Maçônica 30 de junho nº 22, jurisdicionada a Grande Loja Maçônica de Minas Gerais, os trabalhos foram presididos pelo inesquecível Grão Mestre Arlindo dos Santos, sem dúvida o de maior expressão maçônica entre todos, figura impar na maçonaria mineira, brasileira e mundial. Tenho a honra de ser o membro efetivo da cadeira nº 1, da qual, ele é o patrono, na Academia Maçônica de Letras do Brasil – Arcádia Belo Horizonte. Ele transformou a GLMMG em maior potência no estado e a 2ª no país, um crescimento fabuloso, com erros e acertos; agora, outros usufruem do feito.
Seguindo os passos do Grande Mestre, fui Venerável de algumas lojas, Representante da Grande Loja Maçônica de New York junto a Grande Loja Maçônica de Minas Gerais, Presidente de Lojas de Perfeição, Capítulo, Kadosh, Consistório de Príncipes do Real Segredo, Membro Honorário da Ordem Demolay e Inspetor Litúrgico do Supremo Conselho do Grau 33.
Bons tempos, onde a união se fazia sentir na verdadeira irmandade existente, a simplicidade predominava nas reuniões, e o Círculo de Estudos presidido pelo imortal Antônio Augusto Alves D’Almeida “ferro Velho” nas manhãs de domingo e freqüentado por irmãos ávidos de conhecimento, de aprendizes a grau 33, todos queriam aprender.
Mas, o tempo passou, a filosofia maçônica continua a mesma, não mudou, mas, os maçons mudaram, no lugar da simplicidade e do espiritualismo, passaram a imperar a soberba, a arrogância, o preconceito e o sectarismo, feudos maçônicos foram criados, com administradores que passaram a desconhecer o significado de Liberdade, Igualdade e Fraternidade, colocaram em prática e em conjunto, a odiosa prática do “Bullying Maçônico” (os mais fortes desprezam e querem apenas pisar, passar por cima e humilhar os mais fracos e usando termos e brincadeiras pejorativas, o absurdo de reiniciar os já iniciados, e o absurdo maior, tem os que aceitam passar por isso, falta-lhes amor próprio, o respeito por si mesmo), não foi essa a maçonaria que aprendi e fui criado. Hoje temos irmãos que vergonhosamente compram o grau 33 e fazem sucesso, os dirigentes fingem que não sabem e não tomam atitude contra esta prática, aliás, reconhecem os graus comprados, e a maçonaria perde credibilidade.
Os grandes vultos do passado glorioso da maçonaria devem estar se revirando nos túmulos, não foi essa a maçonaria que eles fizeram e nos deixaram como herança, a maçonaria de outras épocas decidia e tinha poder para gerir nossa nação.
E hoje? Somos muitos, mas estamos fragmentados, não formamos um só corpo, a nossa fraqueza é patente, não temos representatividade, não temos poder decisório na nação.
Em uma Instituição, quando alguns dirigentes só pensam em aumentar o patrimônio próprio (basta que se observe a evolução patrimonial de cada um antes e depois dos mandatos), quando as eleições se transformam em briga profana pelo poder, a tendência é perder o rumo. O problema atual da maçonaria, não é a grande quantidade de potências e obediências, o problema, é a falta de seriedade no trato do espiritual, não existem apenas anjos em umas e demônios em outras, os bons e os maus existem em todos os lugares. Não existem santos na maçonaria, afinal, ela é uma escola de aperfeiçoamento moral e espiritual.
Tive a felicidade de ter bons mestres, aprendi muito, trabalhei e vivi para a instituição, deixando muitas vezes de estar presente no convívio com familiares.
Sempre digo que só permanece na maçonaria quem consegue vencer as decepções, fiz isto por trinta longos anos, agora, com tudo que tenho visto ultimamente, acredito que chegou a hora de aposentar, perdi o entusiasmo, a motivação, não estou conseguindo enxergar uma luz, por mais tênue que seja no fim do túnel. Serei um espectador privilegiado.
Deixo como legado para a sublime instituição, mais de cinqüenta afilhados, grande parte, mestres instalados e grau 33, caberá a eles, junto a outros, a tentativa de resgatar o antigo esplendor maçônico, deixar de pensar na grandeza do passado da maçonaria, fazer do presente, uma maçonaria mais forte e atuante, para que, aqueles que os venham suceder no futuro possam se orgulhar da herança recebida.
Como faço parte de outras instituições, também respeitáveis e grandiosas, vou seguir em um caminho paralelo, pesquisando, escrevendo textos, livros e apresentando trabalhos, terei mais tempo para a família.
As minhas últimas missões, resgatar para a história maçônica, a figura do ilustre Grão Mestre Ad-Vitam, Hirohito Torres Lage, a quem aprendi a admirar e respeitar pelos mais de quarenta anos de trabalho e vida maçônica honrosa, e passar a direção da Loja Maçônica Deméter para irmãos capacitados já em uma nova realidade de funcionamento, que deverão procurar na sociedade profana, as inteligências livres, os corações bem formados, os espíritos elevados que, fugindo dos preconceitos e da vida fácil buscam uma vida nova e podem se tornar elementos poderosos para a difusão dos princípios maçônicos. Que Deméter, a deusa da agricultura faça florescer novos maçons, assim como fazia com os grãos de trigo.
Como humano, sou passível de falhas e erros, peço desculpas por decepções causadas, assim como na música, às vezes, desafinamos também na vida.  
Agradeço a todos que colaboraram para o meu aprendizado e aperfeiçoamento, e que trouxeram mais luz para iluminar o meu caminho na senda, deixo de mencionar nomes, pois, a memória poderá falhar e me esquecer de alguém, os que foram importantes, como verdadeiros mestres, sabem que o foram.
Terei mais tempo para refletir sobre tudo que aprendi e vivenciei na maçonaria.
Posso dizer que combati o bom combate, não tenho podido vencer, mas, tenho lutado bastante, e que não mentirei a minha missão! Não! A fraqueza não invadirá o meu espírito! Não! Eu não pararei na senda do progresso e da perfeição, porque...................!
Continuarei aprendendo, sempre aprendendo, sou um eterno aprendiz.


Pedro Neves .’. M.’. I.’. 33.’. MRA
Membro Efetivo da Academia Maçônica de Letras do Brasil – Arcádia Belo Horizonte Cadeira 001 – Patrono: Arlindo dos Santos
Preceptor da Suprema Ordem Civil e Militar dos Cavaleiros Templários

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Pedro Neves
Enviado por Pedro Neves em 23/01/2013
Alterado em 19/06/2013


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